Funerary Practices at the Toca do Gongo III Site during the Late Holocene in Serra da Capivara (Piauí, Brazil)

Abstract

In this article we present the results of archaeological research at the Toca do Gongo III site, a rock-shelter with evidence for Nordeste and Agreste Tradition rock art located in the Serra da Capivara National Park (Piauí, Brazil). This park was declared a World Heritage site by UNESCO in 1991. The bioarchaeological analysis of 12 human burials excavated at the Toca do Gongo III archaeological site reveals evidence for its use as a place of funerary deposits by the semi-sedentary horticultural-ceramist groups that inhabited the semi-arid
caatinga region during the Late Holocene. These inhumations include graves in pits and also within ceramic funerary urns on the ground. Most of the individuals are juveniles and date between 400 ± 30 B.P. and 580 ± 30 B.P. (cal A.D. 1390 to 1630). On this basis, we characterized the funerary practices of the site and compared it against data from other archaeological sites in the area. This additional data dealt with a variety of mortuary customs performed by ancient human pre-ceramist and ceramist groups that occupied the region from the Late Pleistocene to the Late Holocene. To date the prehistoric funerary practices of the Brazilian northeast were little known, both inside and outside the country. Our article will address this void and contribute to a better understanding of the topic.

Neste artigo, apresentamos os resultados da pesquisa arqueológica no sítio Toca do Gongo III, um abrigo com evidência de arte rupestre de Tradição Nordeste e Agreste, localizado no Parque Nacional Serra da Capivara (Piauí, Brasil). O parque tem sido declarado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. A análise bioarqueológica de 12 sepultamentos humanos escavados no sítio arqueológico Toca do Gongo III, mostrou evidências de uso como local de depósitos funerários pelos grupos horticultores ceramistas semi-sedentários que habitaram a região semiárida da Caatinga ao longo do Holoceno Tardio. As inumações compreendem enterramentos em cova e urnas funerárias cerâmicas enterradas no solo. A maioria dos indivíduos são imaturos e datam do 400 ± 30 anos A.P. e 580 ± 30 anos A.P. (Cal A.D. 1390 até 1630). Com base nisso, caracterizamos as práticas funerárias no sítio e comparamos com dados de outros sítios arqueológicos da região. Esses dados adicionais apresentam uma variedade de costumes mortuárias praticadas pelos antigos grupos humanos pré-ceramistas e ceramistas que ocuparam a região desde o Pleistoceno Tardio até o Holoceno Tardio. Até o presente, as práticas funerárias pré-históricas do nordeste brasileiro são pouco conhecidas, dentro e fora do país. Nosso artigo abordará esse vazio e contribuirá para uma melhor compreensão do tópico.